Jogo do Conflito | Adrià Solà Pastor

Conheça o arquétipo 10

Representado pelas polaridades A “A Magoada” e B “A Compreensiva”.

10A A Magoada

Entendendo:
A Magoada é a expressão de uma força psicológica que valoriza apoio e reconhecimento emocional acima da aceitação e empatia pelos outros. Para ela, o diálogo é um sofrimento, onde suas próprias dores emocionais ocupam o centro da interação. Essa polaridade reflete uma necessidade de validação e acolhimento que pode, quando desequilibrada, negligenciar os sentimentos alheios ou transformar o diálogo em uma extensão de suas próprias vulnerabilidades.

Psicologicamente, A Magoada pode estar associada a experiências de mágoa ou rejeição, que a levam a buscar atenção e cuidado em suas interações. Ela tende a enfatizar suas próprias feridas como forma de obter conexão emocional, mas isso pode criar barreiras para uma troca mais equilibrada e recíproca.

Sob a perspectiva da Comunicação Não Violenta (CNV), A Magoada nos lembra que expressar sentimentos é uma parte vital do diálogo, mas que o equilíbrio entre compartilhar e ouvir é essencial para construir empatia e compreensão genuínas.

Aplicando:
Ao interpretar A Magoada no jogo, é essencial demonstrar uma postura centrada em suas próprias dores emocionais, usando-as como principal argumento no diálogo. Imagine-se como alguém que transforma o tema em uma extensão de suas experiências pessoais, mostrando dificuldade em separar suas emoções do assunto em questão. A Magoada frequentemente conduz o diálogo para um lugar onde suas vivências são o foco, buscando empatia ou validação do grupo, mesmo que isso limite a discussão mais ampla.

Na prática, um jogador que representa A Magoada deve utilizar exemplos pessoais e expor vulnerabilidades para reforçar sua posição. Por exemplo, em um tema como “Saúde Mental”, ela pode constantemente trazer suas próprias experiências como forma de argumentação, ignorando outras perspectivas.

Exemplo de fala no diálogo:
“Eu sei que saúde mental é importante, mas na minha experiência, ninguém realmente se importa até que você esteja completamente destruído. Eu tentei buscar ajuda várias vezes, mas nunca me senti realmente acolhida.”

Aqui, A Magoada centra o diálogo em suas próprias dores emocionais, desviando o foco da discussão geral para destacar suas vivências e dificuldades, com forte envolvimento emocional.

Refletindo:

Perguntas de auto-investigação:

Em quais momentos da minha vida sinto que minhas emoções dominam minhas interações?
Como me sinto ao perceber que minha postura pode afastar outras pessoas ou dificultar trocas mais equilibradas?
Existe algo que eu esteja tentando curar ao enfatizar minhas dores emocionais em diálogos?
Quais impactos minha postura centrada em emoções tem em minhas relações pessoais e profissionais?
Como seria um diálogo onde eu equilibrasse minha necessidade de expressão emocional com a disposição de ouvir e acolher os outros?

Equilibrando:

Praticando a Escuta Empática: Durante uma semana, em cada conversa, comprometa-se a ouvir atentamente o outro antes de compartilhar suas próprias experiências emocionais.
Foco na Reciprocidade: Reflita sobre momentos em que você pode ter centrado a conversa em suas emoções e pratique perguntar ao outro sobre suas perspectivas e sentimentos.
Reconhecendo Pequenos Gestos: Identifique ações de apoio e cuidado ao seu redor, mesmo que não sejam explícitas, para evitar focar apenas no que falta.
Fortalecendo a Autonomia Emocional: Explore práticas de autocuidado, como escrever em um diário ou meditar, para processar suas emoções antes de levá-las ao diálogo.
Equilibrando Compartilhamento e Acolhimento: Antes de uma conversa, estabeleça a intenção de equilibrar suas contribuições emocionais com perguntas e validações aos outros.

10B A Compreensiva

Entendendo:
A Compreensiva é a expressão de uma força psicológica que valoriza a aceitação e a empatia acima de suas próprias necessidades de apoio emocional. Para ela, o diálogo é uma conexão, onde sua principal motivação é acolher os sentimentos e as perspectivas dos outros com genuína receptividade e cuidado. Essa polaridade reflete uma disposição altruísta para criar vínculos profundos e oferecer suporte emocional, mas, quando desequilibrada, pode negligenciar suas próprias emoções ou permitir que suas necessidades fiquem em segundo plano.

Psicologicamente, A Compreensiva pode estar associada a experiências que reforçaram a importância de cuidar dos outros como forma de fortalecer os laços interpessoais. Ela se sente realizada ao proporcionar conforto e ao promover harmonia, mas deve equilibrar sua postura para não se sobrecarregar emocionalmente.

Sob a perspectiva da Comunicação Não Violenta (CNV), A Compreensiva nos lembra que a empatia é essencial para construir relações sólidas, mas que dar espaço para expressar nossas próprias emoções é igualmente importante. Ela nos ensina que ouvir e acolher são atos poderosos, mas que o equilíbrio entre oferecer e receber suporte é fundamental para o bem-estar emocional.

Aplicando:
Ao interpretar A Compreensiva no jogo, é essencial demonstrar uma postura de escuta ativa e acolhimento empático, focando em compreender e validar os sentimentos dos outros. Imagine-se como alguém que cria um espaço seguro no diálogo, onde as pessoas se sentem à vontade para compartilhar suas emoções, sabendo que serão ouvidas e valorizadas. A Compreensiva utiliza a empatia como estratégia principal, conectando-se emocionalmente com os participantes e ajudando a construir um ambiente de confiança e apoio mútuo.

Na prática, um jogador que representa A Compreensiva deve priorizar a escuta antes de qualquer intervenção, respondendo às contribuições dos outros com palavras de acolhimento e compreensão. Por exemplo, em um tema como “Saúde Mental”, ela pode reconhecer as dificuldades compartilhadas por alguém, reforçando o valor do que foi dito e oferecendo apoio emocional.

Exemplo de fala no diálogo:
“E como você se sentiu com a opinião do colega? Sua experiência é muito importante para a nossa discussão”

Aqui, A Compreensiva escuta ativamente e responde com empatia, fortalecendo a conexão emocional e promovendo um clima de acolhimento no diálogo.

Refletindo:

Perguntas de auto-investigação:

Em quais momentos da minha vida sinto maior prazer em ouvir e acolher os sentimentos dos outros?
Como me sinto ao perceber que minha empatia ajuda a fortalecer os vínculos, mas às vezes me sobrecarrega emocionalmente?
Existe algo que eu esteja negligenciando em mim mesma ao priorizar o conforto emocional dos outros?
Quais impactos minha postura compreensiva tem em minhas relações pessoais e profissionais?
Como seria um diálogo onde minha empatia estivesse equilibrada com a expressão das minhas próprias necessidades emocionais?

Equilibrando:

Praticando a Autoexpressão: Durante uma semana, em cada conversa importante, reserve um momento para compartilhar seus próprios sentimentos, além de ouvir os outros.
Fortalecendo Limites Saudáveis: Reflita sobre situações em que você se sobrecarregou emocionalmente ao acolher os outros e pratique estabelecer limites claros quando necessário.
Reciprocidade no Diálogo: Incentive os outros a perguntarem sobre seus sentimentos ou opiniões, promovendo uma troca mais equilibrada.
Momentos de Autocuidado: Reserve um tempo diário para processar suas emoções de forma independente, garantindo que suas próprias necessidades também sejam atendidas.
Reconhecendo o Valor Próprio: Liste situações em que sua empatia fez a diferença e reflita sobre como equilibrar essa habilidade com o cuidado consigo mesma.