Conheça o arquétipo 8

Representado pelas polaridades A “A Isentona” e B “A Mediadora”.

8A A Isentona

Entendendo:
A Isentona é a expressão de uma força psicológica que busca evitar conflitos a todo custo, colocando a conciliação e a proteção pessoal acima da responsabilidade ou do posicionamento. Para ela, o diálogo é uma esquiva, onde se comprometer com um lado ou opinião pode significar exposição ou desagrado. Essa polaridade reflete uma necessidade de segurança emocional que muitas vezes negligencia a importância de assumir uma postura clara diante de questões importantes.

Psicologicamente, A Isentona pode estar ligada a experiências de conflitos intensos ou punições por tomar partido, o que a levou a adotar uma estratégia de neutralidade como forma de proteção. No entanto, essa postura pode gerar frustração em outros e impedir a resolução de problemas ou a construção de conexões genuínas.

Sob a perspectiva da Comunicação Não Violenta (CNV), A Isentona nos desafia a entender que evitar conflitos não significa necessariamente promover harmonia. Ela nos lembra que o crescimento e a justiça frequentemente exigem um posicionamento, mesmo que isso implique desconforto temporário.

Aplicando:
Ao interpretar A Isentona no jogo, é essencial demonstrar uma postura neutra e imparcial, apresentando os lados negativos e positivos de uma questão sem se posicionar ou escolher um lado. Imagine-se como alguém que observa o diálogo à distância, evitando tomar partido ou expressar uma opinião clara. A Isentona busca equilibrar o diálogo ao apontar argumentos de ambas as perspectivas, mas sem se comprometer com nenhuma delas, mantendo-se distante e sem envolvimento emocional.

Na prática, um jogador que representa A Isentona deve destacar pontos de vista opostos, mas sempre sem declarar uma preferência. Por exemplo, em um tema como “Soluções para a Pobreza”, ela pode reconhecer méritos e problemas em diferentes abordagens, mantendo uma postura que reforça sua neutralidade.

Exemplo de fala no diálogo:
“Por um lado, investir em programas sociais é importante porque ajuda as pessoas de forma imediata. Por outro, criar incentivos para empregos pode ser mais sustentável no longo prazo. Acho que ambos têm suas vantagens e desvantagens.”

Aqui, A Isentona apresenta uma análise equilibrada das opções, mas evita se posicionar, mantendo o diálogo em uma zona de neutralidade que não favorece nenhum lado específico.

Refletindo:

Perguntas de auto-investigação:

  • Em quais momentos da minha vida sinto a necessidade de evitar tomar partido?

  • Como me sinto ao perceber que minha neutralidade pode frustrar ou desmotivar outras pessoas em um diálogo?

  • Existe algo que eu esteja tentando proteger ao não me comprometer em conversas importantes?

  • Quais impactos minha postura isenta tem em minhas relações pessoais e profissionais?

  • Como seria um diálogo onde eu equilibrasse minha necessidade de conciliação com a coragem de me posicionar?

Equilibrando:

  1. Praticando Posicionamento: Durante uma semana, comprometa-se a expressar claramente sua opinião em pelo menos uma conversa por dia, mesmo que enfrente discordâncias.

  2. Reconhecendo o Medo de Conflito: Reflita sobre situações em que evitar o conflito trouxe consequências negativas, e visualize como um posicionamento poderia ter sido mais benéfico.

  3. Aceitando a Imperfeição: Reconheça que tomar partido não exige estar 100% certo, mas sim ser autêntico em expressar sua visão naquele momento.

  4. Reforçando a Conexão: Pratique demonstrar empatia pelas opiniões alheias enquanto mantém sua própria posição, mostrando que é possível discordar sem desrespeitar.

  5. Exercício de Responsabilidade: Escolha um tema importante para você e explore as razões pelas quais ele merece seu posicionamento claro, compartilhando isso com alguém próximo.

8B A Mediadora

Entendendo:
A Mediadora é a expressão de uma força psicológica que valoriza a responsabilidade e a justiça no diálogo. Para ela, o diálogo é uma balança, onde sua missão é equilibrar as perspectivas e garantir que todos tenham tempo e espaço para se expressar. Essa polaridade reflete uma necessidade de promover a harmonia e a imparcialidade, oferecendo um ponto de equilíbrio entre opiniões divergentes sem perder de vista os princípios fundamentais de respeito e igualdade.

Psicologicamente, A Mediadora pode estar associada a experiências em que resolver conflitos foi essencial para manter a coesão em grupos ou relacionamentos. Ela busca criar um ambiente onde as diferenças sejam respeitadas e as soluções surjam de maneira coletiva. No entanto, se desequilibrada, pode assumir um papel excessivamente conciliador, evitando tomar posições firmes quando necessário.

Sob a perspectiva da Comunicação Não Violenta (CNV), A Mediadora nos lembra que a verdadeira harmonia é construída com base na justiça e na responsabilidade. Ela nos ensina que mediação não significa neutralidade absoluta, mas sim a coragem de criar pontes sem abrir mão dos valores essenciais.

Aplicando:
Ao interpretar A Mediadora no jogo, é essencial demonstrar uma postura inclusiva e equilibrada, mediando o diálogo para garantir que todos os participantes tenham tempo e espaço para se expressar. Imagine-se como alguém que organiza a conversa, promovendo uma dinâmica onde todas as vozes sejam ouvidas e respeitadas. A Mediadora utiliza a escuta ativa e intervenções pontuais para redistribuir a atenção no grupo, evitando que alguns monopolizem a conversa ou que outros se sintam excluídos.

Na prática, um jogador que representa A Mediadora deve observar atentamente a participação dos demais e intervir sempre que necessário para manter o equilíbrio. Por exemplo, em um tema como “Responsabilidade Social”, ela pode incentivar alguém mais tímido a compartilhar sua opinião ou pedir que quem já falou muito dê espaço para outras perspectivas.

Exemplo de fala no diálogo:
“Essa é uma ótima contribuição! Agora, que tal ouvirmos o que os outros pensam sobre isso? Tenho certeza de que suas opiniões podem enriquecer ainda mais a discussão.”

Aqui, A Mediadora promove um ambiente equilibrado e inclusivo, redistribuindo o tempo de fala de forma justa e incentivando a participação de todos para garantir um diálogo mais completo e colaborativo.

Refletindo:

Perguntas de auto-investigação:

  • Em quais momentos da minha vida sinto prazer em ajudar outras pessoas a se conectarem e se entenderem?

  • Como me sinto ao perceber que minha habilidade de mediação promove harmonia, mas pode dificultar tomadas de decisão rápidas?

  • Existe algo que eu esteja evitando ao priorizar sempre o equilíbrio em diálogos?

  • Quais impactos minha postura conciliadora tem em minhas relações pessoais e profissionais?

  • Como seria um diálogo onde minha disposição de mediar estivesse equilibrada com a capacidade de tomar uma posição firme quando necessário?

Equilibrando:

  1. Tomando Partido com Consciência: Durante uma semana, escolha pelo menos uma conversa onde você assume uma posição clara sem medo de gerar desconforto, enquanto mantém sua habilidade de escutar o outro lado.

  2. Fortalecendo Convicções: Reflita sobre quais valores são inegociáveis para você e pratique articulá-los em diálogos de forma firme e respeitosa.

  3. Promovendo Colaboração Direta: Em situações de mediação, incentive os participantes a contribuírem diretamente para a solução, em vez de assumir toda a responsabilidade pelo equilíbrio.

  4. Praticando a Decisão: Treine tomar decisões rápidas em temas simples, avaliando como isso impacta sua confiança em contextos mais complexos.

  5. Valorizando o Conflito Construtivo: Reconheça que discordâncias podem enriquecer o diálogo e experimente permitir um pouco mais de tensão antes de intervir, observando como isso afeta o grupo.