Automordaça

A automordaça representa o gesto de escolher calar a própria voz. Diferente da mordaça, que é imposta de fora, aqui o silêncio nasce de uma decisão interna — seja por prudência, estratégia ou necessidade de escuta. Ao optar por não falar, o jogador experimenta a força do vazio, do recolhimento e da pausa, descobrindo que, muitas vezes, não dizer pode ser tão impactante quanto se expressar.

Na vida, a automordaça aparece quando preferimos observar em vez de reagir, quando decidimos refletir antes de intervir ou quando reconhecemos que nossa palavra pode ferir mais do que ajudar. Esse ato pode ser libertador, ao oferecer espaço para a escuta e a introspecção, mas também pode ser um peso, se for fruto do medo, da autocensura ou da dificuldade de se posicionar.

No Jogo do Conflito, a automordaça permite que o jogador experimente esse silêncio intencional por um ou dois minutos. Usada como recurso, pode transformar o andamento da rodada: suspender uma fala esperada, criar tensão no grupo ou abrir espaço para que outras vozes se manifestem. Ela provoca a reflexão sobre como o silêncio voluntário pode ser uma forma de presença ativa, que reorganiza a dinâmica do diálogo e convida os outros a se escutarem de modo diferente.