Conheça o arquétipo 7

Representado pelas polaridades A “O Vira-casaca” e B “O Decidido”.

7A O Vira-casaca

Entendendo:
O Vira-casaca é a expressão de uma força psicológica que busca pertencer e agradar aos outros, muitas vezes em detrimento de sua própria coerência e integridade. Para ele, o diálogo é uma indecisão constante, onde a necessidade de aceitação o leva a mudar de opinião com frequência, dependendo do ambiente ou das pessoas ao seu redor. Essa polaridade reflete uma insegurança que transforma o desejo de conexão em uma dificuldade de sustentar posições firmes.

Psicologicamente, O Vira-casaca pode estar associado a experiências de rejeição ou de conflitos em que assumir uma postura própria resultou em isolamento ou julgamento. Ele acredita que a adaptação é a melhor forma de evitar rupturas nas relações, mas isso pode levá-lo a comprometer sua autenticidade e a ser visto como pouco confiável.

Sob a perspectiva da Comunicação Não Violenta (CNV), O Vira-casaca nos desafia a reconhecer o impacto de moldar nossas opiniões apenas para agradar. Ele nos lembra que pertencimento saudável exige autenticidade, e que manter a coerência é essencial para construir confiança e respeito nas relações.

Aplicando:
Ao interpretar O Vira-casaca no jogo, é essencial demonstrar uma postura volúvel e influenciável, mudando de opinião com facilidade e sem sustentar um ponto de vista próprio. Imagine-se como alguém que se adapta constantemente ao que parece ser o consenso ou o argumento mais forte, evitando assumir uma posição firme. O Vira-casaca utiliza o diálogo para se alinhar ao grupo, buscando aprovação, mas sacrificando sua autenticidade e coerência.

Na prática, um jogador que representa O Vira-casaca deve modificar sua perspectiva sempre que um novo argumento convincente surgir, mesmo que contradiga o que havia defendido anteriormente. Por exemplo, em um tema como “Política Pública”, ele pode começar apoiando uma abordagem mais liberal e, ao ouvir argumentos a favor de uma postura mais conservadora, rapidamente concordar e mudar de lado.

Exemplo de fala no diálogo:
“É verdade, eu achava que políticas públicas mais flexíveis eram melhores, mas o que você falou sobre controle faz sentido. Acho que é melhor mesmo adotar uma abordagem mais rígida.”

Aqui, O Vira-casaca demonstra sua falta de consistência ao mudar de opinião sem resistência, ajustando-se facilmente às contribuições alheias e abandonando sua própria perspectiva no processo.

Refletindo:

Perguntas de auto-investigação:

  • Em quais momentos da minha vida sinto dificuldade em sustentar minhas opiniões?

  • Como me sinto ao perceber que mudei de posição apenas para agradar ou evitar conflitos?

  • Existe algo que eu esteja temendo ao evitar assumir uma postura firme?

  • Quais impactos minha postura volúvel pode ter em minhas relações pessoais e profissionais?

  • Como seria um diálogo onde eu equilibrasse meu desejo de pertencer com a capacidade de manter minha autenticidade?

Equilibrando:

  1. Reconhecendo Suas Convicções: Antes de uma conversa, reflita sobre suas opiniões e identifique quais são seus pontos centrais, para fortalecê-los durante o diálogo.

  2. Exercício de Sustentação: Durante uma semana, pratique sustentar sua opinião em pelo menos uma conversa, mesmo que enfrente resistência ou argumentos contrários.

  3. Aceitando o Conflito: Reconheça que discordâncias podem ser construtivas e não necessariamente comprometem sua aceitação pelo grupo. Experimente participar de debates sem mudar de posição apenas para agradar.

  4. Feedback de Confiança: Pergunte a pessoas próximas como percebem sua postura em diálogos e use essas reflexões para ajustar o equilíbrio entre flexibilidade e autenticidade.

  5. Fortalecimento da Identidade: Liste três valores que são essenciais para você e pratique articulá-los em suas conversas, mesmo que eles não estejam alinhados ao consenso do grupo.

7B O Decidido

Entendendo:
O Decidido é a expressão de uma força psicológica que valoriza a coerência e a integridade em suas escolhas e posicionamentos. Para ele, o diálogo é uma oportunidade de liderança, onde sua clareza e firmeza conduzem as discussões de forma objetiva e segura. Essa polaridade reflete uma necessidade de guiar os outros com confiança, criando um espaço onde as decisões são tomadas com propósito e determinação.

Psicologicamente, O Decidido pode estar associado a experiências que reforçaram a importância de se posicionar com convicção, especialmente em momentos de incerteza ou pressão. Ele entende que sua firmeza inspira confiança e ajuda a estabelecer uma direção, mas, quando desequilibrado, pode ser visto como inflexível ou autoritário, deixando pouco espaço para colaboração.

Sob a perspectiva da Comunicação Não Violenta (CNV), O Decidido nos lembra que a clareza é essencial para diálogos produtivos, mas que é igualmente importante permanecer aberto às contribuições dos outros. Ele nos ensina que liderar não significa dominar, mas sim criar um caminho que todos possam seguir juntos.

Aplicando:
Ao interpretar O Decidido no jogo, é essencial demonstrar uma postura assertiva e focada, conduzindo o diálogo para os pontos mais relevantes do tema. Imagine-se como alguém que utiliza o diálogo para organizar as ideias e direcionar as discussões para questões essenciais, garantindo que o grupo avance de maneira clara e eficiente. O Decidido mantém o foco no tema do diálogo, evitando desvios ou dispersões, e incentiva os participantes a contribuírem com perspectivas alinhadas ao tema central.

Na prática, um jogador que representa O Decidido deve sintetizar os pontos apresentados, destacando o que é mais relevante e alinhando a conversa ao objetivo principal. Por exemplo, em um tema como “Política Pública”, ele pode ajudar o grupo a priorizar soluções práticas e discutir apenas as ideias que contribuem diretamente para a questão em debate.

Exemplo de fala no diálogo:
“Tudo isso que discutimos por fora também é importante, mas o tema do diálogo é Política Pública, vamos nos ater a ele?”

Aqui, O Decidido conduz o diálogo para os aspectos mais relevantes, garantindo que o grupo permaneça alinhado ao propósito da discussão e priorizando resultados claros e construtivos.

Refletindo:

Perguntas de auto-investigação:

  • Em quais momentos da minha vida me sinto mais confortável ao assumir uma posição de liderança?

  • Como me sinto ao perceber que minha firmeza pode inspirar confiança, mas também limitar o espaço para colaboração?

  • Existe algo que eu esteja protegendo ao insistir em ser a voz decisiva nos diálogos?

  • Quais impactos minha postura decidida tem em minhas relações pessoais e profissionais?

  • Como seria um diálogo onde minha liderança estivesse equilibrada com a receptividade às opiniões dos outros?

Equilibrando:

  1. Praticando a Escuta Ativa: Durante uma semana, antes de oferecer uma solução, pergunte a opinião dos outros participantes e reflita sobre como integrá-las em sua visão.

  2. Aceitando a Colaboração: Em conversas importantes, desafie-se a não ser o primeiro a apresentar uma direção, permitindo que outros contribuam antes de consolidar sua posição.

  3. Flexibilidade Planejada: Escolha um tema onde você tem uma posição forte e pratique considerar seriamente argumentos contrários, avaliando como eles podem enriquecer sua perspectiva.

  4. Reconhecendo Outras Lideranças: Durante diálogos em grupo, identifique e incentive a liderança natural de outros participantes, fortalecendo o senso de equipe.

  5. Refletindo Sobre Impactos: Após cada conversa, pergunte-se se sua postura contribuiu para um avanço coletivo ou se foi excessivamente dominante, e ajuste sua abordagem conforme necessário.