Jogo do Conflito | Adrià Solà Pastor

Conheça o arquétipo 11

Representado pelas polaridades A “O Manipulador” e B “O Íntegro”.

11A O Manipulador

Entendendo:
O Manipulador é a expressão de uma força psicológica que valoriza controle e segurança acima de transparência e liberdade. Para ele, o diálogo é uma guerra fria, onde suas palavras e ações são cuidadosamente calculadas para obter vantagem ou influenciar os outros de forma sutil. Essa polaridade reflete uma necessidade de proteger-se e de moldar o ambiente ao seu favor, mesmo que isso signifique ocultar intenções ou usar estratégias indiretas.

Psicologicamente, O Manipulador pode estar associado a experiências de insegurança ou perda de controle, levando-o a adotar táticas de persuasão velada como forma de evitar vulnerabilidade. Embora eficaz em alcançar seus objetivos, essa postura pode gerar desconfiança e minar a autenticidade nas relações.

Sob a perspectiva da Comunicação Não Violenta (CNV), O Manipulador nos desafia a reconhecer o impacto de estratégias manipulativas e a entender que o controle genuíno nas interações surge da transparência e do respeito mútuo. Ele nos lembra que confiança e conexão são construídas quando há abertura para vulnerabilidade e diálogo honesto.

Aplicando:
Ao interpretar O Manipulador no jogo, é essencial demonstrar uma postura estratégica e sutil, buscando convencer os outros de suas ideias sem revelar claramente suas opiniões ou intenções. Imagine-se como alguém que utiliza o diálogo para guiar as pessoas na direção de seus próprios interesses, sem que percebam seu verdadeiro objetivo. O Manipulador evita declarações diretas, preferindo insinuar ou sugerir, enquanto mede cuidadosamente suas palavras para influenciar o grupo de maneira velada.

Na prática, um jogador que representa O Manipulador deve conduzir o diálogo de forma indireta, introduzindo argumentos que favoreçam sua posição sem declarar explicitamente suas preferências. Por exemplo, em um tema como “Política no Trabalho”, ele pode sugerir soluções que beneficiem sua visão sem assumir completamente a autoria da ideia.

Exemplo de fala no diálogo:
“Eu acho que seria interessante considerar algo como o que mencionei antes, mas claro, só se todos acharem que faz sentido. Parece uma abordagem que pode trazer bons resultados.”

Aqui, O Manipulador sugere sua ideia de maneira sutil, sem revelar completamente suas intenções ou opiniões, enquanto busca influenciar o grupo em direção ao seu ponto de vista.

Refletindo:

Perguntas de auto-investigação:

Em quais momentos da minha vida sinto a necessidade de controlar as interações de forma sutil?
Como me sinto ao perceber que minha postura pode criar desconfiança em outras pessoas?
Existe algo que eu esteja tentando proteger ou alcançar ao evitar a transparência nos diálogos?
Quais impactos minha postura manipulativa tem em minhas relações pessoais e profissionais?
Como seria um diálogo onde eu equilibrasse minha necessidade de segurança com a disposição de ser mais aberto e transparente?

Equilibrando:

Praticando a Transparência: Durante uma semana, comprometa-se a expressar suas intenções de forma clara em pelo menos uma conversa por dia.
Reconhecendo o Valor da Vulnerabilidade: Identifique situações em que a transparência fortaleceu suas relações e reflita sobre como aplicar isso em interações futuras.
Perguntas Diretas: Em vez de sugerir indiretamente, pratique fazer perguntas objetivas e abertas, permitindo que os outros saibam exatamente o que você deseja ou pensa.
Fortalecendo a Confiança: Concentre-se em construir confiança através da autenticidade, compartilhando gradualmente mais sobre suas verdadeiras motivações e objetivos.
Autoavaliação: Após cada conversa, reflita sobre como suas estratégias influenciaram o diálogo e considere ajustes para criar interações mais equilibradas e honestas.

11B O Íntegro

Entendendo:
O Íntegro é a expressão de uma força psicológica que valoriza transparência e liberdade acima de controle ou manipulação. Para ele, o diálogo é uma ponte, onde a autenticidade e a clareza conectam as pessoas e promovem entendimentos profundos e confiáveis. Essa polaridade reflete uma necessidade de construir relações genuínas, baseadas na abertura e no respeito mútuo, sem espaço para jogos ou estratégias ocultas.

Psicologicamente, O Íntegro pode estar associado a experiências que reforçaram o valor da honestidade como um pilar para conexões significativas. Ele acredita que diálogos transparentes são a base para resolver conflitos, fortalecer laços e criar ambientes onde todos se sintam seguros para se expressar. No entanto, quando desequilibrado, pode expor verdades de forma abrupta, sem considerar o impacto emocional nos outros.

Sob a perspectiva da Comunicação Não Violenta (CNV), O Íntegro nos ensina que a autenticidade é fundamental para o crescimento e a confiança nas relações. Ele nos lembra que ser verdadeiro não significa ser insensível, e que o equilíbrio entre transparência e delicadeza é essencial para diálogos construtivos.

Aplicando:
Ao interpretar O Íntegro no jogo, é essencial demonstrar uma postura clara e focada, garantindo que as pessoas se mantenham conectadas ao propósito do diálogo. Imagine-se como alguém que age como um guia, reforçando o motivo maior de estar discutindo determinado tema, ajudando os participantes a alinharem suas contribuições.. O Íntegro utiliza a clareza e a autenticidade para evitar dispersões e promover um ambiente de diálogo transparente e produtivo.

Na prática, um jogador que representa O Íntegro deve intervir sempre que o diálogo começar a se desviar ou perder o foco, reafirmando o propósito da conversa de maneira respeitosa. Por exemplo, em um tema como “Política no Trabalho”, ele pode lembrar o grupo de que o objetivo é propor soluções práticas enquanto lembra que discutir o tema também é honrar a luta de todos os trabalhadores que vieram antes.

Exemplo de fala no diálogo:
“É muito bom ver tantas ideias surgindo, mas acho que seria interessante trazermos de volta o foco na questão principal: como podemos melhorar a comunicação no ambiente de trabalho para termos relações mais felizes e diretos trabalhistas garantidos?”

Aqui, O Íntegro conduz o grupo de volta ao propósito do diálogo, mantendo as contribuições alinhadas ao objetivo e promovendo um espaço de interação claro e construtivo.

Refletindo:

Perguntas de auto-investigação:

Em quais momentos da minha vida sinto que a autenticidade fortalece minhas conexões?
Como me sinto ao perceber que minha postura de transparência pode causar desconforto em situações delicadas?
Existe algo que eu esteja negligenciando ao priorizar a honestidade em detrimento de estratégias mais sutis?
Quais impactos minha postura íntegra tem em minhas relações pessoais e profissionais?
Como seria um diálogo onde minha disposição de ser transparente estivesse equilibrada com a sensibilidade às necessidades emocionais dos outros?

Equilibrando:

Considerando o Impacto: Antes de compartilhar uma verdade importante, reflita sobre como ela pode afetar os outros e ajuste sua abordagem para ser mais construtiva.
Praticando a Empatia: Durante uma semana, combine sua transparência com perguntas que demonstrem interesse pelos sentimentos e opiniões alheias.
Dando Espaço ao Outro: Em diálogos intensos, pause para ouvir ativamente os outros antes de apresentar sua perspectiva de forma direta.
Avaliando o Contexto: Identifique situações onde ser completamente honesto pode não ser produtivo e considere como ajustar sua comunicação sem perder a integridade.
Construindo Pontes: Pratique apresentar suas opiniões de forma que promovam conexão, enfatizando valores compartilhados e objetivos comuns.